2007/06/28

Gajas

Para além de blogues de mães, também não gosto de blogues de gajas. Os blogues de gajas são aqueles blogues escritos por tipas que se assumem como tal e, pior, falam de coisas que elas acham ser coisas de gajas: sapatos, vestidos, gajos, graus de eficácia de técnicas depilatórias, aulas de pilates e claro, como mulheres modernas que são, sexo. Não percebem, pobres gajas, que a modernidade é uma chatice. Procuram, volta e meia, derramar um bocadinho de erudição, que é para a gente não pensar que são umas gajas burras. Um bocadinho de jazz aqui, um nadinha de grego clássico acolá, muito sentido de humor à mistura, que é para dar a sensação que são felizes e devidamente fodidas. As gajas, quando falam de sexo, procuram fazê-lo da mesma forma que os gajos. E, então, são tristemente patéticas: escrevem como se estivessem possuídas pelas personagens do sexo e a cidade ou, então, como se lhes tivessem crescido testículos, bolas, tomates, colhões, enfim, uns enormes badalos nas partes baixas. As gajas, em regra, não são interessantes. São simplesmente ordinárias. Assim como as fibras de poliéster. Pior do que blogues de gajas, só os blogues de mães gajas.