2006/09/07

Rocky Balboa

São dois. Um pequenote negro e um gigante eslavo com mais de dois metros. O pequenote nada tem de especial. É um homem igual a tantos outros. Já o gigante faz lembrar um dos adversários do Rocky Balboa, aquele muito ruço, de cabelo curto e olhar glaciar. Aquele de calções vermelhos - no cinturão, a foice e o martelo -, mau como as cobras. Soviético, claro está. No final do combate leva um murro e fica estatelado no chão do ringue, enquanto o Stalone saltita, vitorioso ao som duma canção do James Brown. Andam por ali, nas estruturas dos andaimes, como se nada fosse. Agora mesmo, enquanto escrevo, um deles está empoleirado numa viga, a um altura correspondente a um décimo andar, a apertar porcas e parafusos. Fico com o coração nas mãos. Não me deixam trabalhar. Não tarda nada vem parar um cá abaixo. Vou-me embora. Não gosto de assistir a desgraças.