2006/08/31

Picoas

Este Verão deu-me para olhar para as mamas das outras mulheres. Se os homens valorizam tanto as mamas, alguma razão hão-de ter para que, por causa das ditas, ignorem o resto. Passei por isso a espiar-lhes o tamanho, a flacidez, assim, de esguelha, como quem não quer a coisa. Hoje, no metro, topei com uma rapariga negra. Uma miúda típica dos subúrbios, com o cheiro de bairro social entranhado na pele. Feia, a pele manchada, o cabelo mal alisado, teso como um carapau. Usava umas calças de cintura descaída que deixavam a descoberto uma barriga flácida e uma camisolinha de licra, de alças finas, muito justa ao corpo. Pelo decote saltavam umas mamas cor de ébano, grandes, empinadas, rígidas, túmidas. Pareciam seres vivos, com vontade própria. Dir-se-ia que não tinha sido a rapariga a escolher mostrar as mamas, mas sim as mamas que tinham decidido mostrar-se, ordenando ao corpo da rapariga que as levasse para a rua. Fiquei estupefacta. Eram dignas de se ver, aquelas mamas. Olhei para as minhas, sempre tão negligenciadas, e prometi-lhes maior atenção, algum cuidado, um sutian talvez..